As plantas medicinais foram descobertas pelo homem por meio da procura por alimentos, e desde então, foram utilizadas empiricamente para o tratamento de patologias. Num primeiro momento, os medicamentos à base de plantas, em geral, eram utilizados oralmente na forma de pó, infusão (chá) ou decocto e, via tópica, na forma de preparações à base de água ou óleo para unguentos e cataplasmas (Wagner & Wisenauer, 2006).
O surgimento do conceito de "natural" em muito contribuiu para o aumento do uso das plantas medicinais nas últimas décadas. Para muitas pessoas, esse conceito significa a "ausência de produtos químicos", que são aqueles que podem causar algum dano ou, de outra forma, representam perigo. Assim, produtos naturais passaram a ser sinônimo de produtos saudáveis, seguros e benéficos (Mengue et al., 2001). Além desses fatores, o aumento do uso das plantas medicinais também pode ser explicado pelo avanço ocorrido na área científica que permitiu o desenvolvimento de fitoterápicos confiáveis e eficazes. Porém, ainda faltam estudos científicos que comprovem a utilização segura e eficaz de várias plantas (Ribeiro et al., 2005).
O Brasil possui a maior diversidade vegetal do planeta, aproximadamente 55 mil espécies de plantas superiores (Melo et al., 2007) onde, o bioma Cerrado, constitui uma das maiores floras vegetais, compondo um cenário de exuberante diversidade biológica e influente no arcabouço cultural das populações que nele vivem (Vila Verde et al., 2003). Segundo Garlet & Irgang (2001), o uso dessas plantas, na manipulação dos fitoterápicos, traria vantagens para o país, como redução da importação de medicamentos promovendo, assim, a autossuficiência e proporcionando à população medicamentos mais baratos e maior valorização das tradições populares.
Segundo a Anvisa (2004), fitoterápico é: ''todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua sustâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais''.
fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-695X2010000100007&script=sci_arttext